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(From Dusk Till Dawn)

Fala galera! Tudo bem com vocês? Espero que sim! Essa semana temos um filme roteirizado e interpretado por nada mais nada menos que Quentin Tarantino! O diretor-ator-roterista-produtor cumpre todos os requisitos com maestria para encher as páginas desse blog com vários trabalhos que, ao meu ver, são tão icônicos quanto o próprio. Não é incomum ouvirmos a palavra "tarantinesco" atribuído a várias películas ou cenas de filmes, enfim, apresento a vocês uma verdadeira "obra tarantinesca", dirigida por seu parceiro de longa data Robert Rodriguez.



Uma dupla de ladrões de banco violentos em fuga da policia, uma família inocente com um pai de família, ex-pastor, que perdeu a fé e um bar de motoqueiros mexicano de beira de estrada repleto de vampiros e criaturas monstruosas ao melhor estilo trash e gore.  Achou estranho que isso se passe em um único filme? Não para a dupla Quentin Tarantino e Robert Rodriguez que se divertem orquestrando uma caricata homenagem aos filmes B americanos nesse longa que atira primeiro e pergunta depois.

Um aviso: Se você busca um filme que faz questionamentos profundos ou que passa uma mensagem para uma vida melhor, ou daqueles que a Academia adora, esse filme não é para você. Agora, se você busca diversão barata, sangue e tripas de vampiros espalhadas pelo chão, chavões e clichês dignos do segundo escalão do cinema com uma pitada da magia de Hollywood, você está no lugar certo. Os irmãos Seth Gecko (George Clooney) e Richard Gecko (Quentin Tarantino) estão sendo procurados por um recente assalto a banco e pelo assassinato de 16 pessoas. Em meio a uma fuga desenfreada para atravessar a fronteira para o México, a dupla sequestra uma família de um ex-pastor e seu casal de filhos para conseguirem chegar ao seu ponto de encontro, um motoclube “misterioso” de beira de estrada.

Seria impossível começar a escrever essa crítica sem falar da aura tarantinesca que emana das cenas do filme. Logo a primeira sequência da película, o ator-roterista já nos da uma introdução super “sutil” sobre a personalidade dos irmãos Gecko. O frio, controlado e calculista Seth Gecko e do intemperado, explosivo e perturbado Richard Gecko e assim como temos em Pulp Fiction, a chamada inicial é calma e explicativa até um ponto de ruptura repentino. O resultado é o estopim de uma guerra em um posto de gasolina, onde tudo acaba pelos ares.
                
A sinergia de pensamentos de Rodriguez com Tarantino é fenomenal é possível ver claramente as ideias do segundo criando vida pela mão do primeiro de forma que o sentimento é que não se perde nada nos trabalhos de cada cena, inclusive, vale citar uma singela homenagem a memorável cena das gêmeas de Kubrick em O Iluminado, aonde as imagens cortadas vão aparecendo como flashs na tela, só que dessa vez mostrando o resultado do sadismo de Richard Gecko, ao molestar e assassinar uma mulher que havia sido sequestrada durante o roubo ao banco.

Os irmãos encurralam o ex-pastor Jacob Fuller (Harvey Keitel) e seus filhos Kate Fuller (Juliette Lewis) e Scott Fuller (Ernest Liu) em um hotel de beira de estrada onde estavam se escondendo.  Jacob então é obrigado conduzir seu trailer com sua família e os bandidos até o México e tem como garantia somente a palavra de Seth de que eles seriam libertados, após a escapada bem sucedida da dupla das autoridades. O grupo então se dirige ao ponto de encontro: o bar de motoqueiros Titty Twister.

A partir desse ponto, esqueça tudo que o filme já lhe mostrou de verossimilhança, depois da dança da sensual garota “Satanico Pandemonium” (Salma Hayek) os presentes se transformam em vampiros e demônios sedentos por sangue atacando e dilacerando todos os presentes, o filme transforma o bar em uma praça de guerra do “bem contra o mal”, onde bandidos viram mocinhos, mocinhos viram caçadores sanguinários e motoqueiros viram heróis, no maior estilo non-sense gore possível e imaginável.

Para quem não sabe do que se trata, até então, parece que estamos vendo outro filme, que nada tem a ver com a primeira parte da película, a qual é marcada pela tensão entre os irmãos e a família sequestrada. Já na segunda parte, Clooney rouba a cena como o anti-herói disposto a mandar de volta para o inferno à horda de criaturas malignas que decidiu fazer do grupo a refeição da madrugada de uma forma cômica e pouco ortodoxa.

Surpreendente e com a receita da dobradinha Rodriguez e Tarantino, Um Drink no Inferno se destaca por ser um produto de Hollywood com alma de filme B e oferece todos os elementos pra ser uma boa pedida para o gênero, afinal, quem precisa de um bom motivo quando simplesmente se pode assaltar bancos de dia e empalar vampiros mexicanos a noite, tudo isso acompanhado por um belo drink?
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((500) Days of Summer) 

Fala galerinha! Tudo bem com vocês? Espero que sim! Como vocês, poucos e fieis leitores do C de Caneca puderam perceber, semana passada não tivemos Cult de Quinta devido a eu estar pulando o carnaval trabalhando no carnaval (Sim! Até na Terça!!!) e devo admitir que não me sobrou muito pique e muito menos ânimo para escrever... Porém, quase tudo voltou a normalidade, apesar de não ter assistido mais cults nesse meio tempo, a algumas semanas atrás escrevi algo sobre 500 Dias com Ela, ao rever o filme na TV e gostaria de compartilhar com vocês. Seria já considerado cult um filme tão recente? Talvez um pseudo-cult? Ou só mais uma comédia-romântica de baixo orçamento bem resolvida? Enfim, espero que até o final do post vocês consigam tirar suas conclusões sobre o filme que pra mim despeja a dose certa de realidade no mundo encantado das comédias-românticas.

Nem toda história de amor tem um final feliz, algumas tem épocas felizes e também data de validade. 500 Dias com Ela não é uma ode sobre relacionamentos fadados ao fracasso, mas sim uma amostra de como algumas coisas na vida tem simplesmente seu período certo para acontecer e modificar aqueles que ficam pelo caminho.

Para os espectadores mais desavisados, se você espera uma linda história de amor onde os mocinhos passam por dificuldades, mas no final seu amor supera tudo e eles são felizes para sempre, ainda há tempo de desviar seus olhos da telinha (e dessa crítica...) e escolher um bom livro do Nicholas Sparks para ler. Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) é um arquiteto que trabalha em uma empresa de cartões em Los Angeles onde conhece Summer (Zooey Deschanel) a nova secretária de seu chefe. Tom se apaixona a primeira vista por Summer e com o passar do tempo, os dois vão ficando mais próximos até iniciarem um relacionamento, apesar das resalvas de Summer que afirma não querer um namorado e não acreditar no amor verdadeiro.

O filme se inicia com o rompimento do casal e depois vamos regredindo e avançando durante os 500 dias acompanhando a trajetória do relacionamento de Tom e Summer. O uso de uma narrativa não linear acerta em cheio com a proposta do filme, expondo desde o começo de seu interesse em Summer até o estado de confusão que se encontra Tom no presente, tudo sendo levado de forma com que nós, os espectadores de coração partido fiquem nos perguntando: “Mas poxa, onde que as coisas começaram a dar errado?”. Mas o fato é que não deram.

O primeiro ponto positivo do filme é começar quebrando alguns estereótipos sobre nosso “mocinho”, que claramente não saiu de um livro de novela de cavalaria como seus conterrâneos da terra das comédias românticas, na verdade, Tom não tem a menor ideia do que fazer para reconquistar a amada, inclusive, ele mal sabe o porquê das coisas terem saído tão errado quanto estão, vale a ressaltar a ajuda de sua irmã Rachel Hansen (Chloë Grace Moretz do também ótimo Kick-Ass) e seu amigo McKenzie (Geoffrey Arend) fazendo parte da turma do “a muitos outros peixes no mar”.

Deixo algumas menções também a dois pontos bem peculiares do filme, são a presença de um narrador onisciente e onipresente que faz observações singulares bem cômicas e conduz os telespectadores para atmosfera com o equilíbrio certo de como se encontra o estado emocional das personagens sem se tornar repetitivo ou muito didático e sobre uma cena em particular que faz a comparação entre Expectativa x Realidade de Tom, afinal, quem nunca criou diálogos ou cenas totalmente imaginárias e perfeitas em sua cabeça sobre amores, pessoas ou situações que na maior parte das vezes nunca vai acontecer?

Levitt e Deschanel tem uma ótima química, em um momento eles são o casal feliz e em outros bons amigos conversando durante uma viagem de trem, é interessante notar como apesar do afastamento inevitável, o casal deixa marcas que indicam uma mudança de rumo na vida de ambos. Summer reconhece que Tom tinha razão quanto à existência do amor, ele só havia errado o par e Tom decide sair de sua zona de conforto e traduzir sua energia não mais em seu amor não correspondido, mas na sua verdadeira vocação que é a arquitetura.

Claro em suas intenções, 500 Dias com Ela é um filme saboroso de como os relacionamentos realmente acontecem no mundo real, eles não são perfeitos, não tem frases de efeito e resgates de donzelas a cavalo, eles são sobre pessoas que conhecem pessoas, pessoas que buscam ser felizes e compartilhar com alguém com quem realmente se importam essa felicidade, pessoas que buscam ser melhores com seus parceiros e com eles mesmos, seja por 10 dias, 100 dias, 1000 dias ou, quem sabe, até o final da vida.


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Aproveitando a deixa lançada pelo Rodrigo Sansão, chegou a minha vez de comentar o que achei dos premiados no Oscar 2014. 

Começando por Designe de Produção, pela minha não qualificação para julgar dignamente categorias técnicas, não havia feito apostas para a categoria. Qualquer dos filmes que assisti tinha um equilíbrio perfeito para mim. O vencedor da estatueta foi O Grande Gatsby, infelizmente não assisti à esse filme, o que me desqualifica ainda mais para os comentários. Diferente de certos membros da academia, gosto de assistir aos filmes antes de falar sobre eles. O mesmo digo sobre o Oscar de melhor Figurino, a minha aposta era o de Trapaça, confesso que mais por uma questão pessoal (todo um amor por ambientações nos anos 70) do que por uma avaliação técnica. O vencedor também foi O Grande Gatsby.

Não tinha dúvidas que Gravidade levaria todas as estatuetas técnicas disponíveis, o que o tornou o grande campeão da noite com um total de 7 prêmios, os técnicos foram: Fotografia, Montagem, Trilha Sonora, Edição de Som, Mixagem de Som e Efeitos Visuais. Muito comentou-se sobre as estatuetas relacionadas a som em um filme ambientado no espaço, onde há vácuo e o som não se propaga . Mas quem assistiu ao filme sabe que a disposição da trilha e mixagem foram realmente impecáveis e merecidas. Quanto aos prêmios de fotografia e efeitos visuais, nem é preciso comentar. Eram favas contadas que Gravidade as levaria. 

A estatueta que me surpreendeu para Gravidade foi de Melhor Diretor para Alfonso Cuarón. Não que por achar que o Mexicano não merecia, muito pelo contrário, pois Gravidade é tecnicamente excelente, mas por não acreditar que a Academia fosse realmente premiá-lo. Fico contente de o assim ter sido.

Na categoria Melhor Roteiro Original, pude assistir a 4 dos 5 concorrentes, e fico feliz em dizer que meu favorito venceu. O filme Ela. Com seu roteiro ímpar e também o único que realmente me surpreendeu, sobre o qual falei com satisfação durante as postagens especiais Oscar. Não cheguei acreditar que o filme tivesse influência o suficiente para o prêmio de melhor filme, mas era sim, por esta categoria, minha principal aposta. 

Para melhor roteiro adaptado, não havia selecionado um favorito, mas pelas especulações, não havia muita dúvida que 12 Anos de Escravidão levaria esta, e assim o fez.

Os meus favoritos para Melhor Ator e Atriz Coadjuvante eram Bradley Cooper e Jeniffer Lawrence, respectivamente, mesmo após assistir Nebraska e me encantar com a fofa da June Squibb. Mas já havia assumido que minha questão era mais gosto pessoal que análise técnica. Não posso negar que Lupita Nyong'o e Jared Letto tenham feito ótimas interpretações em seus papéis em 12 Anos de Escravidão e Clube de Compras Dallas. 
Um ponto na premiação de Jared me fez parar para refletir. Qual a real diferença da personagem de Jared em Dallas para a personagem interpretada pelo brilhante Rodrigo Santoro no nacional Estação Carandiru? Salvo as diferenças de participação na trama, claro.

Outra categoria que não poderei comentar com propriedade é de Melhor Atriz. Minha favorita para esta era Sandra Bullock, por Gravidade. Porém, ainda não pude assistir ao filme Blue Jasmine que premiou Cate Blanchett como melhor atriz. 


Ainda não foi desta vez que Leonardo DiCaprio conseguiu seu tão esperado Oscar, com sua indicação para Melhor Ator. Mesmo com a sensacional interpretação do milionário das ações em O Lobo de Wall-Street. Mas desta vez, não podemos clamar injustiça com Leozinho, a concorrência é que estava impecável. Matthew McConaughey mereceu com honras sua estatueta por sua interpretação em Clube de Compras Dallas. 
Uma curiosidade: Metthew, o vencedor, também faz uma participação especial em O Lobo de Wall-Street, em uma cena bastante peculiar junto ao próprio Leo.

Outra observação interessante, seguimos a linha de que emagrecer favorece estatuetas. Jared e Matthew, ambos interpretando aidéticos, perderem juntos 32kg para dar vida (?) a seus personagens. Christian Bale já havia usado essa receita ao levar o Oscar por O Vencedor.

Minha menção especial à categoria Melhor Longa de Animação, apenas para comentar minha felicidade por meu favorito, o filme Disney Frozen, ter levado a estatueta, e não só esta, como também a de Melhor Canção Original, com a canção Let It Go (link para o vídeo), lindamente interpretada, com todo o seu carisma e expressão dignos de espetáculo da Broadway, por Idina Menzel dando mais vida a rainha Elza, heroína do filme. 

E por fim, a tão esperada categoria de Melhor Filme. Já havia deixado claro que 12 Anos de Escravidão não era meu favorito, ainda acredito que o estilo conceitual e toda essa gama de cinema arte foi usada de forma forçada e exagerada neste filme, mas por outro lado, também contava que a Academia fosse premiá-lo, não só por estes fatores, mas também pela sua tal relevância social, por expor uma das cruéis historias de como funcionava o período de escravidão que os norte-americanos tanto teimam em empurrar para debaixo dos panos. Há quem diga que o filme é ótimo. Particularmente, pretendo vê-lo novamente assim que possível, para que com uma segunda visão, possa, ou não, corroborar minha opinião. Enfim, é a Academia deixando cada vez mais claro como funcionam os seus métodos de escolha e avaliação para indicar e premiar vencedores. 


É isso aí. Agora sim está encerrado oficialmente nosso Especial Oscar 2014. E seguimos com os demais filmes, e livros, e exposições, e arte.. 

Cris F Santana



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(Martyrs - 2008)

Ha algum tempo recebi a missão da minha grande amiga Karen Alvares de fazer uma crítica ao filme Martyrs.

Como estava focado em assistir aos indicados ao Oscar deixei  essa tarefa para depois. E finalmente nesse fim de semana resolvi assisti-lo.



O filme é um terror francês, o que já estabelece uma nova atmosfera para a trama. Acho os filmes de terror "não americanos" muito mais assustadores.

O filme conta a história de Lucie, uma garota que aos 10 anos, esteve desaparecida e foi encontrada 1 ano depois, maltratada e desorientada. Ainda na infância/adolescência, Lucie conhece Anna, com quem compartilha seus terrores e pesadelos. 
15 anos se passam e Lucie descobre o paradeiro dos autores de seus maus-tratos, começando uma vingança que leva a terríveis consequências para ela e sua amiga Anna que acaba envolvida em toda trama.
Não vou escrever mais do que isso, até porquê se eu escrever mais algo, será spoiler. O grande ápice do filme é justamente nas partes que não poderei contar por aqui.

Diferente da minha amiga Karen que é fanática por terror, inclusive autora de diversos contos publicados e já fazendo certo sucesso rs, eu já não sou tão fã de terror, por conta disso demorei um pouco pra me simpatizar com a história.

 Até um pouco mais da metade do filme, nos deparamos com a mesmice das demais histórias do gênero: sangue, assombrações e muito sustos. Porém a partir de um certo momento, há uma reviravolta da trama. O que transforma a história cheia de clichês numa trama inteligente, onde tudo no final se encaixa. 

As atuações no filme são espetaculares, Mylene Jampanoi que interpreta Lucie e Morjana Alaoui que interpreta Anna são um show a parte. Nunca tinha ouvido falar delas, então Martyrs foi um cartão de visita, e que cartão!! 

As cenas são muito fortes. Tudo no filme é muito intenso. Há todos os elementos de terror que se possa imaginar. E principalmente, há sangue, muito sangue. Se você tem aversão a sangue, nem assista o filme. Imagine um Jogos Mortais e adicione fantasmas. Desespero, dor, mutilações, espancamento e assombrações. Quer mais terror que isso?

E no final,ficamos com muito mais medo das pessoas (vivas) do que de fantasmas. Assistindo o filme com meus pais, a frase do meu pai resume bem, "vou ter que torcer pra essas assombrações". 

Enfim, é um terror psicológico tenso que te deixa com nó na garganta e com algumas cenas na cabeça por um bom tempo. Se você curte o gênero, eu recomendo. Você irá gostar. Mas repassando o conselho da Karen e do Felipe Alvares, não assista sozinho a noite, você terá pesadelos!!

Rodrigo Sansão
(@rodrigosansao)
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Vamos lá para meu último e conclusivo post do Especial Oscar 2014 (vou aguardar o post da Cris também rs).

Não consegui assistir todos os filmes candidatos ao prêmio de melhor filme (sorry). Para mim, ficou faltando apenas o Her (Ela), filme comentado pela Cris aqui na semana passada.

Nas vésperas da premiação consegui assistir Nebraska e Philomena. Tinha combinado de escrever um post sobre eles, porém, sinceramente não estava tão empolgado. Por isso resolvi "juntar" essas duas críticas em um só post e já emendar meus comentários sobre a premiação do Oscar.

Sobre Nebraska, a primeira questão que vem na cabeça é "Por que raios o filme é preto e branco?" Cheguei inclusive a pesquisar e não obtive nenhuma resposta convincente. Tudo bem que a temática está relacionada ao passado, à coisas antigas e tal, mas não fez muito sentido pra mim.
O Filme conta a história de Woody Grant , interpretado por Bruce Dern, que acredita que ganhou um prêmio milionário e tenta chegar a Nebraska para receber o dinheiro. Durante o filme chegamos a ficar com pena de Woody. Sua ingenuidade é tocante. O filme é bom e gostoso de se ver, com seu ritmo lento e sua trama simples. Mas definitivamente não teria chance para nenhuma estatueta. 

Já o filme Philomena, sinceramente não gostei. Esperava muito mais. A atriz indicada ao Oscar, Judi Dench ainda tentou salvar o filme, interpretando a personagem principal,  Philomena Lee. A atriz foi muito bem e mereceu a indicação. Seu carisma e sua doçura são os pontos fortes da trama. Mas não são suficientes. O filme é cansativo, a história é arrastada e os demais personagens também não ajudam.  Resumidamente, é até "bonitinho", mas é fraco e sendo até cruel, não merecia nem a indicação para melhor filme.

Bom, agora vamos ao que interessa para encerrar essa série de (meus) posts sobre o Oscar. Não tivemos muitas surpresas na premiação!!
  
A maioria das nossas expectativas se confirmaram. Quase todos os prêmios técnicos foram para Gravidade e o de melhor diretor para Alfonso Cuarón. Até "cantei a bola" quando postei sobre Gravidade.

Para ator e atriz coadjuvante, ambos foram justos e merecidos para Jared Leto e Lupita Nyong'o respectivamente. Embora sinceramente, minha torcida não fosse por eles.

Para melhor atriz, Cate Blanchett levou a estatueta pelo filme  Blue Jasmine. Não posso fazer comentários sobre essa escolha pois não assisti o filme. Quem sabe fica para um post a parte.

Para melhor ator, Matthew McConaughey levou a melhor sobre Leonardo DiCaprio. Li muitos comentários de pessoas revoltadas com a Academia por deixar DiCaprio, mais uma vez, sem o prêmio, mas temos que ser imparciais, o prêmio para McConaughey foi muito merecido. Se ainda estiverem com dúvidas assistam Dallas e entenderão.

Por fim, o principal prêmio da noite, a estatueta de melhor filme para 12 anos de Escravidão. Preciso confessar que estava torcendo pelos filmes Dallas e O Lobo de Wall Street.
 
Pessoalmente, não gostei tanto assim de 12 anos de Escravidão. Achei o filme longo, com cenas muito sonolentas e a história um pouco quebrada. Fiquei até impaciente em certos momentos. Como não sou nenhum especialista em cinema, estudioso nem nada disso, me dou o direito de não achar a beleza, nem a profundidade embutida pelos longos "zooms" nas árvores, ou nos insetos, no céu nem afins. 

Mas não há como negar que o tema do filme é muito forte. A dramaticidade que cerca a escravidão nos leva a refletir muito sobre a vida. Sobre os erros que a humanidade já cometeu. Sobre o mal que fizemos. Sobre discriminação, racismo, preconceito. Sobre a importância da liberdade, da fé e da esperança. Pelo contexto, pelo conjunto da obra e por toda essa reflexão, o filme mereceu o prêmio.

Por fim, gostaria de agradecer aos fiéis (e poucos) leitores do blog por nos acompanhar nessa jornada. O Oscar desse ano acabou, mas continuaremos por aqui comentando sobre os grandes filmes do passado e do presente. Até breve.


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Quase concluindo nosso Especial Oscar, resolvemos apresentar um resumo dos candidatos da noite comentando as principais categorias e apresentando os seus candidatos. E em alguns casos, colocando nossa reputação blogueira em jogo, indicando nossos favoritos.

E lá vamos nós:

Designe de Produção:
A categoria que avalia, principalmente, se existe um equilíbrio entre os elementos do filme. Se cenários não chama mais atenção que figurino, ou este mais atenção que as atuações e vice-versa. Os candidatos:
- Trapaça
- Gravidade
- Ela
- 12 Anos de Escravidão
- O Grande Gatsby

Montagem:
Os premiados aqui são os que apresentam a melhor disposição das cenas em edição, escolha certa da duração e ordem das cenas de acordo com o roteiro. Os candidatos:
- Trapaça
- Capitão Philips
- Clube de Compras Dallas
- Gravidade
- 12 Anos de Escravidão

Figurino:
Uma categoria bastante auto-explicativa, premia os melhores figurinos. Uma curiosidade sobre a categoria, só podem concorrer aqueles onde as roupas tenham sido desenhadas exclusivamente para o filme. Os candidatos:
- Trapaça
- 12 Anos de Escravidão
- O Grande Mestre
- O Grande Gatsby
- The Invisible Woman
Sobre essa categoria, não é segredo pra ninguém que tenho meu favorito: Trapaça. Que soube apresentar com veracidade e sem exageros esteriotipados, o que se vestia nos anos 70, para ambientar seus personagens.

Roteiro Original:
Os premiados são os filmes com o melhor roteiro não baseado em uma história previamente escrita. Os candidatos: 
- Trapaça
- Clube de Compras Dallas
- Ela
- Nebraska
- Blue Jasmine
Entre os três candidatos da categoria que também concorrem a melhor filme (os três primeiros, ainda falta assistir Nebraska), diria que Trapaça possui um ótimo roteiro, mas não me apreendeu e surpreendeu como Ela. Mas não acredito que a Academia vá premiá-lo.

Roteiro Adaptado:
Já nesta categoria, são premiados os melhores roteiros criados inspirados em uma obra já existente. Vale citar que continuações são consideradas roteiros adaptados, já que são baseadas nas histórias dos filmes antecessores. Os candidatos:
- Capitão Philips
- Philomena
- 12 Anos de Escravidão
- O Lobo de Wall Street
- Antes da Meia-Noite

Atriz e Ator Coadjuvante:
Atores e atrizes coadjuvantes são definidos como tais na própria votação. Nada impede que o mesmo seja votado para ambas categorias, é a maioria dos votos que define qual será a real indicação. E claro, nenhum deles pode ser indicado para as duas categorias. As candidatas:
- Jeniffer Lawrence (Trapaça)
- June Squibb (Nebraska)
- Lupita Nyong'o (12 Anos de Escravidão)
- Sally Hawkins (Blue Jasmine)
- Julia Roberts (Álbum de Família)
E os candidatos:
- Bradley Cooper (Trapaça)
- Barkhad Abdi (Capitão Phillips)
- Jared Leto (Clube de Compras Dallas)
- Michael Fassbender (12 Anos de Escravidão)
- Jonah Hill (O Lobo de Wall Street)
Entre as meninas, só assisti a Jeni e Lupita, e acredito que Jeniffer Lawrence segue, como sempre, como favorita. Entre os meninos, assisti a todos. Jared Leto surpreende no papel do transexual em Dallas, mas não vejo como favorito. Minhas apostas ficam entre Jonah Hill e Bradley Cooper, com sérias tendências para Bradley.

Melhor Ator e Atriz:
Mais uma categoria que dispensa maiores explicações. As candidatas: 
- Amy Adams (Trapaça)
- Sandra Bullock (Gravidade)
- Judi Dench (Philomena)
- Cate Blanchett (Blue Jasmine)
- Meryl Streep (Álbum de Família)
E os meninos:
- Christian Bale (Trapaça)
- Matthew McConaughey (Clube de Compras Dallas)
- Bruce Dern (Nebraska)
- Chiwetel Ejiofor (12 Anos de Escravidão)
- Leonardo DiCaprio (O Lobo de Wall Street)
Entre as meninas que estão entre os filmes favoritos, Jude Dench está divina em Philomena, a personagem, realmente, é o filme. Mas minha favorita é Sandra Bullock e suas fantásticas cenas de introspecção explícita em Gravidade. Entre os meninos, Matthew merece seu destaque, meu favorito é Leo, mas acho que a academia premia Bale ou Ejifor.

Melhor Diretor:
Diferente da categoria de melhor filme estrangeiro, onde o diretor recebe a estatueta, na categoria de melhor filme são os produtores os premiados. Talvez, porque temos a parte a categoria de melhor diretor. Os candidatos:
- David O. Russell (Trapaça)
- Alfonso Cuarón (Gravidade)
- Alexander Payne (Nebraska)
- Steve McQueen (12 Anos de Escravidão)
- Martin Scorsese O Lobo de Wall Street)
Meu favorito é o mexicano Alfonso Cuarón, mas não acredito que será o favorito da Academia.

Melhor Filme:
A principal categoria, aquela que entrega aos produtores a estatueta daquele que seria o filme que reuniu tudo o que há de melhor no mesmo filme. E os indicados são:
- Trapaça
- Capitão Phillips
- Clube de Compras Dallas
- Gravidade
- Ela
- Nebraska
- Philomena
- 12 Anos de Escravidão
- O Lobo de Wall Street
E vou ser covarde o suficiente para não indicar os meus favoritos para esta categoria. Falando no que acredito que a Academia faria. Acredito que o prêmio fique entre Trapaça, Lobo, Gravidade e 12 Anos. Com sérias tendências para 12 Anos (e a preferência dos tios pelos filmes concento).

É isso aí. Agora aguardar a premiação, e torcer pelos nossos favoritos. Depois voltamos para comentar os premiados. Ou não. Segue o blog!


Cris F Santana
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Her (2013)

E finalizando as nossas postagens sobre os filmes indicados ao Oscar, o filme: Ela.

A primeira vista, lendo a sinopse deste filme, qualquer um acharia, no mínimo, bizarro. Um cara, em um futuro qualquer, que se apaixona por uma voz no computador. Essa foi minha primeira impressão também. Impressão que foi totalmente deixada de lado logo nos primeiros minutos do filme. Theodore, o personagem principal, é um escritor de cartas. Neste tempo futuro, em vez das pessoas enviarem cartões de felicitações, enviam cartas personalizadas. Tentando se recuperar de um divórcio, e após alguns fracassados encontros, Theodore instala em seu sintema pessoal um sistem que possui inteligencia artificial. E assim Samantha entra em sua vida, em sua mente e em seus sentimentos.




Longe de ser a ficção futurista insana que aparentava pelo plot principal, me vi totalmente convencida pela história e realmente acreditando no real sentimento entre Theodore e Samantha. A forma como o filme constrói esse relacionamento sela a ideia de tal maneira que passei a realmente torcer pelo casal. Foi neste ponto que comecei a levantar diversas questões sociais e morais. O que é realmente um relacionamento? Como podemos definir se o sentimento entre dois pode ou não ser chamado de amor? Até onde nossas definições não são apenas baseadas em conceitos culturais e preconceitos? Os questionamentos e desafios do amor de Theodore por Samantha poderiam ser facilmente transcritos para muitas outras tantas histórias de amor. As dificuldades em aceitar o que sentia, até mesmo o "simples" apresentar Samantha para os amigos. Como algumas pessoas o acharam louco e outras absolutamente normal. Em como definir o que era sua relação. Entender o que ele era pra Samantha. E, se não bastasse todo este leque de pontos de reflexão abertos, o filme termina de forma parte previsível, parte surpreendente (o que depende, também, de até que ponto você está disposto a aceitar a história). Mas de qualquer forma. É um final bem amarrado que não me deixou espaço algum para critica.

Enfim, sobre as indicações ao Oscar. Acho difícil que esta história tenha potencial comercial para a estatueta de melhor filme. Porque sim, eu considero que esta premiação considera, e muito, o quanto o filme pode ser vendido na hora de selecioná-lo como favorito. Apesar da história fantástica, eu não o colocaria como favorito.

A canção The Moon Song, concorrendo a melhor canção original é descrita na história como uma fotografia daquilo que não pode ser retratado. É isso que eu sinto ao ouvi-la. Dentro deste contexto é linda e emocionante. Não sei o suficiente pra tirar minha torcida por Let it Go. Mas sim tocante. Como roteiro original é impossível retirar seu destaque. Nenhuma história que eu tenha lido ou assistido antes é igual a essa, ou tratada como esta. Mas assim como a estatueta de melhor filme, não consigo acreditas que este tenha a amplitude que a academia busca para entregar suas estatuetas. O designe de produção, ao meu ver, é impecável. Mas não considero ter os conhecimentos necessários para opinar na categoria. Não vi muitos dos concorrentes ao prêmio de Trilha Sonora, mas pra esta sim, eu apostaria em Ela, e em todas as suas melodias belamente encaixadas ao filme. 

Ela pode não ser um dos filmes favoritos, pode não levar nenhuma das estatuetas a qual foi indicado. Mas entre todos os concorrentes que assisti até o momento, sem dúvida, foi a história que me mais me surpreendeu e me emocionou. Eu recomendo.

Cris F Santana


Update: O filme levou o Oscar de Melhor Roteiro Original.
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