Fala galera! Tudo bem com vocês? Espero que sim! Essa semana temos um filme roteirizado e interpretado por nada mais nada menos que Quentin Tarantino! O diretor-ator-roterista-produtor cumpre todos os requisitos com maestria para encher as páginas desse blog com vários trabalhos que, ao meu ver, são tão icônicos quanto o próprio. Não é incomum ouvirmos a palavra "tarantinesco" atribuído a várias películas ou cenas de filmes, enfim, apresento a vocês uma verdadeira "obra tarantinesca", dirigida por seu parceiro de longa data Robert Rodriguez.
Uma dupla de ladrões de banco violentos em fuga da policia, uma família
inocente com um pai de família, ex-pastor, que perdeu a fé e um bar de
motoqueiros mexicano de beira de estrada repleto de vampiros e criaturas
monstruosas ao melhor estilo trash e gore. Achou estranho que isso se passe em um único
filme? Não para a dupla Quentin Tarantino e Robert Rodriguez que se divertem
orquestrando uma caricata homenagem aos filmes B americanos nesse longa que atira
primeiro e pergunta depois.
Um
aviso: Se você busca um filme que faz questionamentos profundos ou que passa
uma mensagem para uma vida melhor, ou daqueles que a Academia adora, esse filme
não é para você. Agora, se você busca diversão barata, sangue e tripas de
vampiros espalhadas pelo chão, chavões e clichês dignos do segundo escalão do
cinema com uma pitada da magia de Hollywood, você está no lugar certo. Os
irmãos Seth Gecko (George Clooney) e Richard Gecko (Quentin Tarantino) estão sendo
procurados por um recente assalto a banco e pelo assassinato de 16 pessoas. Em
meio a uma fuga desenfreada para atravessar a fronteira para o México, a dupla
sequestra uma família de um ex-pastor e seu casal de filhos para conseguirem chegar
ao seu ponto de encontro, um motoclube “misterioso” de beira de estrada.
Seria
impossível começar a escrever essa crítica sem falar da aura tarantinesca que
emana das cenas do filme. Logo a primeira sequência da película, o
ator-roterista já nos da uma introdução super “sutil” sobre a personalidade dos
irmãos Gecko. O frio, controlado e calculista Seth Gecko e do intemperado, explosivo
e perturbado Richard Gecko e assim como temos em Pulp Fiction, a chamada
inicial é calma e explicativa até um ponto de ruptura repentino. O resultado é
o estopim de uma guerra em um posto de gasolina, onde tudo acaba pelos ares.
A
sinergia de pensamentos de Rodriguez com Tarantino é fenomenal é possível ver
claramente as ideias do segundo criando vida pela mão do primeiro de forma que
o sentimento é que não se perde nada nos trabalhos de cada cena, inclusive,
vale citar uma singela homenagem a memorável cena das gêmeas de Kubrick em O
Iluminado, aonde as imagens cortadas vão aparecendo como flashs na tela, só que
dessa vez mostrando o resultado do sadismo de Richard Gecko, ao molestar e assassinar
uma mulher que havia sido sequestrada durante o roubo ao banco.
Os
irmãos encurralam o ex-pastor Jacob Fuller (Harvey Keitel) e seus filhos
Kate Fuller (Juliette Lewis) e Scott Fuller (Ernest Liu) em um
hotel de beira de estrada onde estavam se escondendo. Jacob então é obrigado conduzir seu trailer
com sua família e os bandidos até o México e tem como garantia somente a
palavra de Seth de que eles seriam libertados, após a escapada bem sucedida da
dupla das autoridades. O grupo então se dirige ao ponto de encontro: o bar de
motoqueiros Titty Twister.
A
partir desse ponto, esqueça tudo que o filme já lhe mostrou de verossimilhança,
depois da dança da sensual garota “Satanico Pandemonium” (Salma Hayek) os
presentes se transformam em vampiros e demônios sedentos por sangue atacando e
dilacerando todos os presentes, o filme transforma o bar em uma praça de guerra
do “bem contra o mal”, onde bandidos viram mocinhos, mocinhos viram caçadores
sanguinários e motoqueiros viram heróis, no maior estilo non-sense gore possível e imaginável.
Para
quem não sabe do que se trata, até então, parece que estamos vendo outro filme,
que nada tem a ver com a primeira parte da película, a qual é marcada pela
tensão entre os irmãos e a família sequestrada. Já na segunda parte, Clooney
rouba a cena como o anti-herói disposto a mandar de volta para o inferno à
horda de criaturas malignas que decidiu fazer do grupo a refeição da madrugada
de uma forma cômica e pouco ortodoxa.
Surpreendente e com a receita da dobradinha Rodriguez e Tarantino, Um Drink no Inferno se destaca por ser um produto de Hollywood com alma de filme B e oferece todos os elementos pra ser uma boa pedida para o gênero, afinal, quem precisa de um bom motivo quando simplesmente se pode assaltar bancos de dia e empalar vampiros mexicanos a noite, tudo isso acompanhado por um belo drink?
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