Fala galerinha! Tudo bem com vocês? Espero que sim! Como vocês, poucos e fieis leitores do C de Caneca puderam perceber, semana passada não tivemos Cult de Quinta devido a eu estar pulando o carnaval trabalhando no carnaval (Sim! Até na Terça!!!) e devo admitir que não me sobrou muito pique e muito menos ânimo para escrever... Porém, quase tudo voltou a normalidade, apesar de não ter assistido mais cults nesse meio tempo, a algumas semanas atrás escrevi algo sobre 500 Dias com Ela, ao rever o filme na TV e gostaria de compartilhar com vocês. Seria já considerado cult um filme tão recente? Talvez um pseudo-cult? Ou só mais uma comédia-romântica de baixo orçamento bem resolvida? Enfim, espero que até o final do post vocês consigam tirar suas conclusões sobre o filme que pra mim despeja a dose certa de realidade no mundo encantado das comédias-românticas.
Nem
toda história de amor tem um final feliz, algumas tem épocas felizes e também
data de validade. 500 Dias com Ela não é uma ode sobre relacionamentos fadados
ao fracasso, mas sim uma amostra de como algumas coisas na vida tem
simplesmente seu período certo para acontecer e modificar aqueles que ficam
pelo caminho.
Para
os espectadores mais desavisados, se você espera uma linda história de amor
onde os mocinhos passam por dificuldades, mas no final seu amor supera tudo e eles
são felizes para sempre, ainda há tempo de desviar seus olhos da telinha (e
dessa crítica...) e escolher um bom livro do Nicholas Sparks para ler. Tom
Hansen (Joseph Gordon-Levitt) é um arquiteto que
trabalha em uma empresa de cartões em Los Angeles onde conhece Summer (Zooey
Deschanel) a nova secretária de seu chefe. Tom se apaixona a
primeira vista por Summer e com o passar do tempo, os dois vão ficando mais
próximos até iniciarem um relacionamento, apesar das resalvas de Summer que
afirma não querer um namorado e não acreditar no amor verdadeiro.
O filme se inicia com o rompimento do casal e depois vamos
regredindo e avançando durante os 500 dias acompanhando a trajetória do
relacionamento de Tom e Summer. O uso de uma narrativa não linear acerta em
cheio com a proposta do filme, expondo desde o começo de seu interesse em
Summer até o estado de confusão que se encontra Tom no presente, tudo sendo
levado de forma com que nós, os espectadores de coração partido fiquem nos
perguntando: “Mas poxa, onde que as coisas começaram a dar errado?”. Mas o fato
é que não deram.
O primeiro
ponto positivo do filme é começar quebrando alguns estereótipos sobre nosso
“mocinho”, que claramente não saiu de um livro de novela de cavalaria como seus
conterrâneos da terra das comédias românticas, na verdade, Tom não tem a menor
ideia do que fazer para reconquistar a amada, inclusive, ele mal sabe o porquê
das coisas terem saído tão errado quanto estão, vale a ressaltar a ajuda de sua
irmã Rachel Hansen (Chloë Grace Moretz do também ótimo Kick-Ass) e seu
amigo McKenzie (Geoffrey Arend) fazendo
parte da turma do “a muitos outros peixes no mar”.
Deixo algumas menções também a dois pontos bem peculiares do filme, são a presença de um narrador onisciente e onipresente que faz observações singulares bem cômicas e conduz os telespectadores para atmosfera com o equilíbrio certo de como se encontra o estado emocional das personagens sem se tornar repetitivo ou muito didático e sobre uma cena em particular que faz a comparação entre Expectativa x Realidade de Tom, afinal, quem nunca criou diálogos ou cenas totalmente imaginárias e perfeitas em sua cabeça sobre amores, pessoas ou situações que na maior parte das vezes nunca vai acontecer?
Levitt e
Deschanel tem uma ótima química, em um momento eles são o casal feliz e em
outros bons amigos conversando durante uma viagem de trem, é interessante notar
como apesar do afastamento inevitável, o casal deixa marcas que indicam uma
mudança de rumo na vida de ambos. Summer reconhece que Tom tinha razão quanto à
existência do amor, ele só havia errado o par e Tom decide sair de sua zona de
conforto e traduzir sua energia não mais em seu amor não correspondido, mas na
sua verdadeira vocação que é a arquitetura.
Claro em suas
intenções, 500 Dias com Ela é um filme saboroso de como os relacionamentos
realmente acontecem no mundo real, eles não são perfeitos, não tem frases de
efeito e resgates de donzelas a cavalo, eles são sobre pessoas que conhecem
pessoas, pessoas que buscam ser felizes e compartilhar com alguém com quem
realmente se importam essa felicidade, pessoas que buscam ser melhores com seus
parceiros e com eles mesmos, seja por 10 dias, 100 dias, 1000 dias ou, quem
sabe, até o final da vida.
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