Especial Oscar 2014: Ela (Por Cris F Santana)


E finalizando as nossas postagens sobre os filmes indicados ao Oscar, o filme: Ela.

A primeira vista, lendo a sinopse deste filme, qualquer um acharia, no mínimo, bizarro. Um cara, em um futuro qualquer, que se apaixona por uma voz no computador. Essa foi minha primeira impressão também. Impressão que foi totalmente deixada de lado logo nos primeiros minutos do filme. Theodore, o personagem principal, é um escritor de cartas. Neste tempo futuro, em vez das pessoas enviarem cartões de felicitações, enviam cartas personalizadas. Tentando se recuperar de um divórcio, e após alguns fracassados encontros, Theodore instala em seu sintema pessoal um sistem que possui inteligencia artificial. E assim Samantha entra em sua vida, em sua mente e em seus sentimentos.




Longe de ser a ficção futurista insana que aparentava pelo plot principal, me vi totalmente convencida pela história e realmente acreditando no real sentimento entre Theodore e Samantha. A forma como o filme constrói esse relacionamento sela a ideia de tal maneira que passei a realmente torcer pelo casal. Foi neste ponto que comecei a levantar diversas questões sociais e morais. O que é realmente um relacionamento? Como podemos definir se o sentimento entre dois pode ou não ser chamado de amor? Até onde nossas definições não são apenas baseadas em conceitos culturais e preconceitos? Os questionamentos e desafios do amor de Theodore por Samantha poderiam ser facilmente transcritos para muitas outras tantas histórias de amor. As dificuldades em aceitar o que sentia, até mesmo o "simples" apresentar Samantha para os amigos. Como algumas pessoas o acharam louco e outras absolutamente normal. Em como definir o que era sua relação. Entender o que ele era pra Samantha. E, se não bastasse todo este leque de pontos de reflexão abertos, o filme termina de forma parte previsível, parte surpreendente (o que depende, também, de até que ponto você está disposto a aceitar a história). Mas de qualquer forma. É um final bem amarrado que não me deixou espaço algum para critica.

Enfim, sobre as indicações ao Oscar. Acho difícil que esta história tenha potencial comercial para a estatueta de melhor filme. Porque sim, eu considero que esta premiação considera, e muito, o quanto o filme pode ser vendido na hora de selecioná-lo como favorito. Apesar da história fantástica, eu não o colocaria como favorito.

A canção The Moon Song, concorrendo a melhor canção original é descrita na história como uma fotografia daquilo que não pode ser retratado. É isso que eu sinto ao ouvi-la. Dentro deste contexto é linda e emocionante. Não sei o suficiente pra tirar minha torcida por Let it Go. Mas sim tocante. Como roteiro original é impossível retirar seu destaque. Nenhuma história que eu tenha lido ou assistido antes é igual a essa, ou tratada como esta. Mas assim como a estatueta de melhor filme, não consigo acreditas que este tenha a amplitude que a academia busca para entregar suas estatuetas. O designe de produção, ao meu ver, é impecável. Mas não considero ter os conhecimentos necessários para opinar na categoria. Não vi muitos dos concorrentes ao prêmio de Trilha Sonora, mas pra esta sim, eu apostaria em Ela, e em todas as suas melodias belamente encaixadas ao filme. 

Ela pode não ser um dos filmes favoritos, pode não levar nenhuma das estatuetas a qual foi indicado. Mas entre todos os concorrentes que assisti até o momento, sem dúvida, foi a história que me mais me surpreendeu e me emocionou. Eu recomendo.

Cris F Santana


Update: O filme levou o Oscar de Melhor Roteiro Original.

cris f santana

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