Acreditem: eu nunca tinha
assistido a esse filme. Claro, já tinha ouvido falar dele milhares e milhares
de vezes, de como era bonito, de como era emocionante etc. etc. etc., mas a
verdade é que tudo o que eu sabia sobre ele era que se tratava de um romance
com o Jim Carrey, e um bem maluco.
Tudo bem, eu já tinha zapeado
canais e visto partes do filme e nunca entendia nada. Claro, esse não é daqueles filmes que você pode pegar aos quinze
minutos e acompanhar até o final. Você precisa assisti-lo do inicio ao fim
e prestar bastante atenção; não é um filme difícil, mas é sim um filme confuso.
Joel
(Jim Carrey) conhece Clementine (Kate Winslet) em um trem, em um dia em que ele
foi inesperadamente impulsivo – o que não é de seu feitio – e resolveu pegar um
trem para um lugar que definitivamente não estava em seu caminho. Clementine é totalmente o oposto de
Joel; enquanto ele é tímido, retraído, até mesmo chato (sim, ele é um cara um
tanto entediante), Clementine é impulsiva, espontânea, pinta o cabelo de cores
malucas, enfim, já deu pra pegar a ideia, certo? E os dois ficam juntos,
daquele jeito que às vezes acontece na vida, mas, em algum momento, Joel descobre que Clem passou por um
tratamento experimental maluco para esquecê-lo. O cara entra em
depressão e resolve que também vai esquecê-la, até que percebe... bem, percebe
que às vezes é melhor sentir dor do que
não sentir nada.
Apesar de toda a confusão que
falei antes – cenas intercaladas de vários personagens, lembranças misturadas,
modificadas à medida que Joel resolve “esconder” Clem em lembranças às quais
ela não pertencia, e todas essas coisas -, o filme é bem gostoso de assistir.
Romântico sem ser piegas, com algumas pitadas de humor bem dosadas, dramas que
comovem. Assim é Brilho Eterno de uma
Mente sem Lembranças.
Acredito que foi uma das
atuações que mais goste de Jim Carrey;
no começo é estranho vê-lo não fazendo um papel de comédia pastelão, mas
justamente por ser um filme diferente do que ele está acostumado a fazer você
consegue perceber que sim, ele é um ator muito bom.
A mensagem mais bela que
captei desse filme foi a que mencionei ali em cima: apesar de um coração
partido ser doloroso, é melhor ter um coração partido do que viver sem conhecer
um grande amor. Ele pode até acabar, pode até ter existido de um lado só, mas,
no fim, as lembranças – as boas e as
ruins – fazem parte do que somos. Esquecê-las seria como arrancar um
pedaço, deixando-nos incompletos.
Por algum motivo – talvez
pelos personagens, talvez por ter demorado tanto tempo para assistir e
construído expectativas excessivas – achei que iria me emocionar mais com o
filme. Não me entendam mal, foi um filme ótimo, realmente bom para passar um
tempo debaixo das cobertas (mas no ar-condicionado, claro), comendo pipoca,
mas... faltou alguma coisa. Alguma coisa que realmente envolvesse, emocionasse.
Eu esperava chorar e não foi isso que aconteceu. Talvez essa não fosse mesmo a
ideia, eu que criei expectativas erradas. Mas, sim, terminei o filme com um
sorrisinho no rosto e aquele sentimento que aconchega o coração. Uma boa pedida quando se está no clima de
um filme de romance não muito convencional. 4 pipocas pra ele.
Por
Karen Alvares
Karen Alvares é escritora, blogueira e adora comer
chocolate assistindo a filmes de terror e séries sanguinolentas, mas de vez em
quando dá uma chance a romances docinhos. É autora do romance Alameda
dos Pesadelos e de
contos. Siga @karen_alvares.
Curiosamente assisti este filme há 2 dias. Eu amei.
ResponderExcluirAdoro filmes que fogem ao tradicional, que apresentam uma idéia nova e original.