Capitão América: Guerra Civil (Por Victor Abadio)

(Captain America: Civil War - 2016)

A Guerra Civil está aqui. De que lado você está?


Para o terceiro filme solo do Capitão América a Marvel Studios resolveu adaptar uma das sagas das HQs mais aclamadas dos últimos anos: a Guerra Civil. E é assim que devemos encarar o filme, como uma adaptação. A Marvel Studios não tem os direitos para mais da metade dos participantes da guerra nos quadrinhos (Quarteto Fantástico e X-men, por exemplo), conseguiu um acordo com a Sony Pictures para usar o Homem-Aranha no MCU porém não da mesma forma como nos quadrinhos e também não pode se dar ao luxo de contar uma história que se estenderia por muitos filmes adiante.

Mas e aí, funcionou?

Desde o começo dos filmes da Marvel, cidades inteiras são cenários de catástrofes e todas têm um elemento em comum: os Vingadores. Nova York (Os Vingadores), Washington (Capitão América: O soldado invernal), Sokovia (Os Vingadores: a era de Ultron) e Londres (Thor 2) são algumas das capitais das destruição resultante das batalhas entre nossos heróis e seus inimigos. A partir disso e mais um acontecimento no filme, é apresentado o Tratado de Sokovia, que propõe que todos os heróis sejam regulamentados pela ONU e só possam atuar caso a mesma solicite, a fim de minimizar possíveis catástrofes.

E isso é bom ou ruim? Depende do seu ponto de vista.
No segundo filme solo do Capitão América vimos que a S.H.I.E.L.D. estava sendo controlada por membros da HYDRA por anos e ninguém percebeu. Dá pra entender por que Steve Rogers (Chris Evans) não vai sair de uma instituição em que acreditava e se mostrou corrupta direto pra outra que deseja controlá-lo. Steve é o Capitão América. Ele representa a liberdade americana.

Do outro lado está Tony Stark (Robert Downey Jr.), que no início do segundo filme do Homem de Ferro mostrou um grande dedo do meio para o parlamento americano dizendo que ele não seria controlado por ninguém. O que o fez mudar de idéia? Remorso. Assim como nos quadrinhos, a mãe de uma vítima de uma das batalhas dos Vingadores apela para a consciência de Tony, que decide agir.

Naturalmente, o que se segue é uma batalha entre heróis e (antigos?) amigos.


O time Homem de Ferro consiste em Viúva Negra (Scarlett Johansson), talvez por peso na consciência também, porém ela é uma espiã e isso não deve ser ignorado; Máquina de combate (Don Cheadle), amigo e sempre aliado de Tony; Visão (Paul Bettany), criação de Tony, outro aliado óbvio; Pantera Negra (Chadwick Boseman), novato muito bem apresentado ao MCU; e Homem-Aranha (Tom Holland), novo afilhado de Tony e esmaga em sua estréia no MCU. Do lado vermelho, branco e azul temos: Falcão (Anthony Mackie), novo BFF do Cap; Soldado Invernal (Sebastian Stan), antigo BFF do Cap; Feiticeira Escarlate (Elisabeth Olsen), muito poderosa e poderia acabar com a luta em dois segundos, porém comete um erro e não confia muito em seus poderes; Homem-Formiga (Paul Rudd), o mais novo piadista da Marvel mostrando que age muito bem em equipe; Sharon Carter (Emily VanCamp) ajuda quando pode; e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) fazendo participações pontuais.

Os dois lados têm pontos válidos. Não há lado certo. Por isso o filme funciona muito bem neste aspecto político. Você compreende os dois lados e sabe que eles só estão lutando porque acreditam em seus ideais. Tudo isso é trabalhado em meio a muita ação bem dirigida pelos irmãos Russo.

Além da batalha entre heróis não podemos nos esquecer que esse é um filme do Capitão América, e não Vingadores 3. O Capitão é o que mais aparece e é claro que não poderia faltar um clássico vilão das HQs dele. Zemo (Daniel Brühl) é o vilão esquecível da vez e não faz jus aos quadrinhos, mas está lá para mover a trama e o faz com objetividade.

Diferente de outro embate entre heróis que vimos mês passado (cof Batman vs Superman cof), Capitão América: Guerra Civil é um ótimo testamento de que se pode sim fazer um filme divertido porém sério quando tem que ser; objetivo; consistente; e sem buracos de script.

Victor Abadio
(@unaghii)

Victor Abadio

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