A Garota Dinamarquesa é uma adaptação
para o cinema do livro homônimo, biografia da pintora Lili Elbe.
Passado nos anos 20,0 conta a
história de Einar Mogens Wegener (Eddie Redmayne), renomado pintor dinamarquês casado
com a também pintora Gerda Wegener (Alícia Vikander), que sente uma
personalidade feminina “presa” dentro do corpo masculino. As histórias de infância
que Einar conta para a esposa sugerem que desde criança ele se sente num corpo
que não pertence a ele e passa a vida tentando se encontrar.
Para ajudar a esposa a terminar uma pintura, Einar veste meias e sapatos femininos e coloca um vestido a frente do corpo. Essa cena deixa entender que nesse momento o sentimento de ser uma mulher que estava reprimido (por motivos da infância que são brevemente explicados) começa a vir a tona e depois disso ele se veste de mulher muitas vezes para posar para as pinturas de Gerda em quadros que viram um grande sucesso nas exposições de arte e que, ao mesmo tempo, vão deixando esse sentimento de Eidar muito mais aflorado como se a personagem dos quadros estivesse muito mais presente do que o ele próprio.
Se nos dias de hoje a mudança de
sexo é um assunto extremamente polêmico, imaginem como era na década de 20...
Einar passa por muitos médicos que passam diversos diagnósticos, sempre
configurando loucura, desvio comportamental e até esquizofrenia.
Mas, com o apoio da esposa, Einar
conhece um médico que diz entender o que se passa com ele e disposto a fazer a
cirurgia de mudança de sexo. Após ouvir todos os riscos e consequências que a
cirurgia poderá trazer, Einar decide encarar a mudança para finalmente se
encontrar como Lili Elbe, o nome que escolhe para sua nova vida.
A grande emoção do filme está no
amor de Gerda por Einar (ou Lili). A esposa passa por tudo com ele, desde as
grandes confusões que passam na cabeça dele (pense.. não deve ser fácil) até
apoia-lo na decisão cirúrgica e acompanhar e cuidar dele em todos os momentos.
A indicação dos dois atores ao
Oscar (Redmayne como melhor ator e Alícia como melhor atriz coadjuvante) é
totalmente justificada, ambos estão em atuações impecavelmente convincentes na
trama. Se eu não estivesse apostando que finalmente a academia vai dar a
estatueta dourada para o Léo (di Caprio) diria que Redmayne ia levar de novo!
A Garota Dinamarquesa concorre
ainda a Melhor Design de Produção e Melhor Figurino (particularmente, gostei mais do figurino de
Carol).
O filme é muito interessante,
forte e emocionante.
Está mais do que recomendado!
Dani Salemme
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