Especial Oscar 2016: Carol (Por Cris F Santana)


Ah o amor! Sempre tão lindo não é mesmo? *-*

Não tenho como negar que não rola um envolvimento pessoal com este filme. Afinal, não é todos os dias que vemos o amor lésbico tão bem representado numa ficção (e é ficção mesmo! Nada de historinha de fulana de tal que pegava fulana de tal).

De olho nas novinhas
O filme, que se passa nos anos 50 começa com a loira diva Carol (Cate Blanchett) em um jantar (que depois descobrirmos que é chá) com a novinha Therese (Rooney Mara, que não era amada pelos homens, e de novo). Quando aparece um empata foda diversão e interrompe sem nem perceber a conversa das moças. Então a história volta ao inicio (e começa de novo). Therese é uma vendedora de uma dessas lojas Americanas da vida, dando duro na semana pré Natal, quando Carol aparece pras compras. A química entre as duas é imediata (ai ai)! Ambas improvisam pelo acaso de um novo encontro. Então, as moças se tornam cada vez mais próximas até que.. Rola o amor (e como rola). Um amor bonito e apaixonado (diferente de outros romances lésbicos blockbusters por aí).

Claro que nem tudo são flores e o filme precisava de um conflito. E pra isso existem Richard, o namoradeco cheio de xavecos bem anos 50 (desses que eu anotei pra levar pra vida) de Therese. E Harge, o ex marido ciumento-dominador-violento-babaca da Carol, que pra por uma cereja no bolo, ainda tem uma filha com ela.

O filme do diretor Tood Haynes foi indicado a seis estatuetas douradas. As duas atrizes estão incríveis em suas atuações, a tensão sexual entre o casal é sutilmente expressa todo o tempo e bastante crível. As indicações ao Oscar de Melhor Atriz (da Cate) e de Melhor Atriz Coadjuvante (da Mara) são bastante justificadas, Rooney soube representar de forma natural a curiosidade amedrontada da novinha descobrindo novos limites. Já li a história original do livro de 1953 de Patricia Highsmith (autora de O Talentoso Ripley), e Phyllis Nagy fez um excelente roteiro, bem amarrado, sem buracos estranhos (comuns aos filmes da temática, sei lá porque) e bem administrado, considero dizer que livro e filme tem enredo principal extremamente fiel um ao outro e as diferenças pontuais apenas enriquecem o filme, o resultado é a indicação de Melhor Roteiro Adaptado. A atmosfera chique anos 50, cheia de chapéus, casacos de pele, os carros conversíveis e as cores desbotadas, transportam pra Nova York do filme e mereceram as indicações de Melhor Figurino e Melhor Fotografia. E pra terminar a mistura de pianos e musica contemporânea da época marcam a indicação de Melhor Trilha Sonora.



Ver o amor entre duas mulheres tão bem representado por essas duas atrizes impecáveis, já valeria a audiência. O roteiro não tem nada de OMG isso explodiu minha mente (a não ser que você seja o tipo Marciano que nunca viu duas mulheres se pegando), mas é bem construído e bem amarrado, fácil de acreditar. Praticamente um manifesto feminista, para todos os amantes de plantão (de mulheres ou de cinema), recomendado!

Cris F Santana

cris f santana

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