Insurgente (Por Luiza Agostinho)

(Insurgent - 2015)

Antes de tecer uma opinião sobre Insurgente, preciso ressaltar o quanto franquias são, em sua 
maioria, extremamente problemáticas.  O público retorna esperando ser surpreendido e essa expectativa precisa ser devidamente suprida. Em caso negativo, fica decretado não só a desgraça do próprio filme, como o do possível sucessor e da história como um todo.



Assim sendo, a missão dos realizadores era não somente entreter, mas garantir a volta do espectador para assistir o terceiro e último da saga, Convergente. Nisso, Insurgente lamentavelmente falha.

A sequência tem acertos. A história do primeiro filme é reapresentada rapidamente – e de maneira genial -, criando um dinâmico pano de fundo para o enfoque na maturação da heroína Tris e sua aceitação pessoal como Escolhida. A presença de personagens secundários também é menor e isso contribui positivamente na criação de laços entre o espectador e a protagonista. Via de regra, quanto mais tempo em tela, maior a familiarização com a plateia.
Ainda, vemos mais uma audaciosa composição de Florian Ballhaus, diretor de fotografia, rigorosamente responsável pela atmosfera sombria do filme e pela impactante energia de Tris nas cenas de ação. Miles Teller outra vez cativa habilmente o telespectador como o cínico Peter, além da performance sempre impecável de Kate Winslet, que encarna a deslumbrante Jeanine.

No entanto, imprevisivelmente, do outro lado está Shailene Woodley em sua pior atuação na carreira até o momento. Inicialmente, a personagem Tris até convence por sua desorientação e agressividade pós traumática. Entretanto, somos já na primeira metade expostos à uma medonha falta de harmonia entre Woodley e Theo James (Four). O casal, basicamente, não funciona. As sequências românticas são fracas e deixam a audiência desconfortável frente à tamanha artificialidade, em total desacordo com a química que tiveram no primeiro capítulo da trilogia.

Ansel Elgort (Caleb) é o peso de papel dessa edição. Caso retirássemos sua participação, o resultado seria sumariamente o mesmo. Já a nova personagem apresentada, Evelyn (Naomi Watts), foi comprometida pelo comportamento de Four e Tris em cena e também deixa a desejar. Por fim, o nada menos que desprezível roteiro de Akiva Goldsman que agride o público com diálogos pobres e estéreis. Talvez este seja, de fato, o maior responsável pela apatia da personagem principal e do resultado final catastrófico.

Infelizmente, me arrependo de não ter esperado Insurgente sair no Popcorn. Me é particularmente desagradável escrever de modo negativo sobre filmes com personagens principais femininas. Todavia, pior do que não haver lugar para mulheres no Cinema é que este lugar esteja mal ocupado como acontece aqui.

Luiza Agostinho,
Canequeira convidada (@luiza1up

cris f santana

2 comentários:

  1. Tive a mesma impressão ao sair do cinema, o filme deixou a desejar e poderia ter abordado melhor a história. Claro, não foi o pior filme que eu assisti é até um bom entretenimento mas ficou aquele gosto de sessão da tarde. Eu daria nota 6.

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  2. Discordo da critica negativa. Achei o filme bem amarrado com o primeiro e muito surpreendente. Talvez porque eu não tenha lido, mas saí do cinema extremamente satisfeita com o que vi e estou ansiosa pelo terceiro e saber qual será o desfecho da brilhante história!

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