Especial Oscar 2015: O Grande Hotel Budapeste (por Cris F Santana)

(The Grand Budapest Hotel - 2014)

O Grande Hotel Budapeste é uma produção quase Hollywoodiana, com cara de cinema francês. 

O co-produção Britânica/Germânica/Americana narra as aventuras de Monsier Gustave H. (Ralph Fiennes), administrador responsável do Hotel título, contadas por seu antigo fiel escudeiro Zero Moustafa (Tony Revolori), durante o período de Guerra pela independência da fictícia região de Zubrowka (uma ótima vodka). Um roteiro repleto de movimento e detalhes que exigem atenção. M. Gustave é um homem galante e cativante, e não economiza nestas duas. Muito menos em perfume. Hóspedes ilustres, assassinatos, investigações, um leve toque de ação. Mas isso tudo com o modo fantástico-cômico de Wes Anderson de fazer cinema.



Mesmo contendo nomes conhecidos como Ralph Fiennes (Harry Potter, A Lista de Schindler, 007 Operação Skyfall), Jeff Goldblum (Jurassic Park), Jude Law (Sherlock Holmes, A Invenção de Hugo Cabret) e Edward Norton (Clube da Luta e O Incrível Hulk), o cinema construído por Wes Anderson, juntamente com as ótimas interpretações, tornam-os quase irreconhecíveis. São  personagens cativantes. A utilização de cores marcantes, com sobreposição de tons de uma mesma cor de acordo com o ambiente retratado, foram brilhantemente utilizadas pelo diretor. Outra características de filmes de Wes, focalizar objetos manipulados em cena em movimentos dinâmicos, como o fechar de um livro, ou o balançar de uma placa de porta, também estão bastante presentes.

O filme recebeu nove indicações ao Oscar (o maior número de indicações, empatado com Birdman), grande parte delas à categorias técnicas. O uso de cores e posicionamentos de câmera de Wes Anderson não poderiam deixar de render uma indicação a Melhor Fotografia (mérito conquistado por Robert Yeoman), acredito ser um dos favoritos a esta (junto com Birdman e sua luz incrível). A ambientação em um aristocrático hotel no inverno europeu, provavelmente, contribuiu para indicações de Melhor Figurino, Melhor Maquiagem e Designe de Produção. O filme também recebeu curiosas e merecidas indicações para Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora. E o indescritível Wes Anderson também concorre as estatuetas de Melhor Direção e Melhor Roteiro Original.

Um filme tecnicamente bonito de se apreciar. E dono de uma história com pontos envolventes por sua dinamicidade de movimentos, mas esta  não se reflete totalmente na história e talvez não chegue a ser fascinante. Mesmo assim merece ser assistido e merece também sua indicação a estatueta de Melhor Filme. Arriscaria, inclusive, a colocá-lo como um possível azarão nesta categoria. Recomendado.

(por Cris F Santana)

Só uma curiosidade:
Tilda Swinton que interpreta Madame D. tem na verdade 54 anos e gastou horas de maquiagem para a personagem. 

cris f santana

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