Verborrágica. Talvez essa seja a melhor palavra para definir a Cassia pintada nessa cinebiografia documental dirigida por Paulo Henrique Fontenelle.
A cantora, segundo seus amigos e familiares, afirmou que 'queria confusão' num momento em que sua vida 'estava monótona demais'. E é esta a persona que se desnuda através dos depoimentos de seus grandes companheiros de estrada e de vida. O primeiro contato com as drogas, a timidez diante das câmeras, a atitude rock star, a maternidade que pegou o país de surpresa, a parceria com Nando Reis, o inesquecível show no Rock in Rio, o consagrado acústico MTV, a morte repentina, a luta de sua companheira pela guarda do filho (Chicão), a saudade de quem ficou.
Fontenelle, tece de maneira despretenciosa um genuíno retrato da cantora, dedicando um tempo considerável de tela a relação de Cassia com a imprensa, antes e depois de sua morte. Das respostas evasivas em entrevistas até a briga de sua família com os jornais e revistas que estamparam em suas capas a causa mortis da artista creditada às drogas.
Lançando mão de um rico acervo, raros são os momentos em que sinto o filme repetitivo em imagens. Talvez por falta de material de apoio que ilustre o início de carreira. O longa conta ainda com uma narração bastante crua e exposta feita pela atriz Malu Mader.
'Cassia' é um filme honesto que coloca em rota de colisão as diferentes e desencontradas percepções e versões da artista segundo a ótica das pessoas que viveram os bastidores de sua vida e carreira meteórica. Recheado com os maiores sucessos da cantora, o longa arrancou lagrimas e aplausos da plateia (meus também).
Um dos melhores documentários nacionais que já assisti. Do tamanho exato dessa artista tão singular.
Por Marlon Faria
(Colaborador convidado @Marlon_Faria)
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