E ae galera! Tudo bem com vocês? Espero que sim! Depois de um hiato de quase um mês sem cults estou voltando tentando voltar a ativa! hahahaha... O filme dessa semana é um dos clássicos policiais mais famosos de todos os tempos: Chinatown de Roman Polanski. Uma pedida certeira pra quem gosta do gênero e deseja assistir grandes atuações com um enredo original e envolvente que espero que deixem vocês, assim como eu fiquei, grudados na telinha até descobrirem o mistério que cerca nosso "herói" J.J. Gittes, imortalizado por nada mais, nada menos que o excelente Jack Nicholson.
Los Angeles, 1937. Um detetive particular, uma traição, uma esposa
misteriosa, um assassinato e a construção de uma nova barragem de água na
cidade dão o tom para uma das obras primas do controverso diretor Roman
Polansk. Sentiu o clima noir? Polanski oferece um verdadeiro representante
romântico-policial com o que o gênero trás de melhor: uma trama enigmática,
reviravoltas, suspense e um enredo sublime.
J.J.
Gittes (Jack Nicholson) é um detetive particular que investiga traições e
outros casos escusos na caricata Los Angeles dos anos 30. Gittes recebe a
visita de uma mulher misteriosa (Diane Ladd) que acredita que seu marido, Hollis
Mulwray (Darrell Zwerling) engenheiro-chefe do Departamento de Águas e Energia,
tem uma amante. Ao começar a investiga-lo, Gittes o fotografa com outra jovem e
quando o caso se torna público, o detetive se vê envolvido com algo muito maior
que um simples caso de traição, principalmente quando descobre que foi
contratado por uma farsante ao se encontrar com a verdadeira Mrs. Mulwray (a
belíssima Faye Dunaway).
O
filme acerta em cheio na combinação da direção afiada de Polanski em conjunto
com elementos como figurino, trilha sonora, fotografia e principalmente na
escolha e a dedo dos atores que compõem elenco, dando uma áurea de
verossimilhança com um roteiro memorável que, com toda certeza, muitas poucas
películas do gênero conseguiram e irão conseguir ser bem sucedidas em realizar.
Inclusive vale citar que, muito do que vemos hoje, com essa mesma temática,
bebe da fonte de Chinatown.
A trama começa
a ficar envolvente com o súbito “acidente” que ceifa a vida de Hollis Mulwray.
Gittes, agora trabalhando para a verdadeira víuva Mrs. Mulwray, fica obcecado
em descobrir a verdade sobre o porquê de ser envolvido no meio de uma teia de intrigas
e segredos e conforme sua investigação, passo a passo, avança, o suspense
cresce a cerca da verdade que o detetive conhece sobre a vida da recente viúva
e também de seu passado nebuloso com seu pai, Noah Cross (John Huston).
A atmosfera
passada enquanto acompanhamos os métodos e descobertas de Gittes, que o coloca
em colisão com uma trama obscura, funciona como um verdadeiro caso a lá
Sherlock Holmes enquanto nós, meros telespectadores vamos espiando as
descobertas de nosso “tutor”, anotando e memorizando os fatos como faria nos
contos o seu fiel escudeiro Dr. Watson. Outro acerto do filme é deixar o
público com as mesmas informações que sua personagem principal, o que faz com
que cada cena em que Gittes se aproxima da verdade nos faça questionar também
as nossas teorias sobre o mistério que permeia a narrativa.
Tudo começa e
tudo termina em Chinatown, popularmente conhecido com subúrbio chinês da grande
cidade onde muitos, inclusive Gittes, considera ser uma “terra sem lei”.
Chinatown está ligado a um passado como policial do detetive particular,
passado também que alimenta uma rixa com seu ex-parceiro, o recém-promovido,
delegado Escobar (Perry Lopez), que para os mais familiarizados com as estórias
de Holmes, faria um paralelo perfeito com o conhecido Inspetor Lestrade.
A trinca de
atores: Jack Nicholson, Faye Dunaway e John Huston dão o ritmo à fita. É sabido
que o roteiro foi escrito tendo em mente que quem interpretaria J.J. Gittes
seria Nicholson. Acredito que dispense mais comentários sob o resultado da
atuação dele. A feame fatale Faye
Dunaway está igualmente impecável. Misteriosa, sedutora e frágil na medida
certa. Por fim, mas não menos importante, John Huston da à vida a um vilão
curioso, que mesmo com pouco tempo em cena, passa uma imagem assustadora,
principalmente quando é sabido do que o mesmo é capaz, para conquistar aquilo
que ele deseja.
Alvo de muita
discussão entre Roman e seu roteirista Robert Towne, o desfecho é um divisor de
opiniões. Na minha, acredito que as personagens deveriam ter mais sorte! (Pois
é acredito em finais felizes!), mas, como não se discute com 11 indicações ao
Oscar e uma estatueta de Melhor Roteiro Original, vejo que a critica e a
academia aprovaram o gosto amargo da realidade. “Forget it, Jake, it's
Chinatown!”: É o conselho que
resta ao nosso Holmes Noir.
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