Especial Oscar 2014: A Menina que Roubava Livros (Por Rodrigo Sansão)

(The Book Thief - 2013)

Li o livro da Menina que roubava Livros no ano passado e ouso dizer que foi uma das histórias mais tocantes que li nos últimos tempos. Não é fácil avaliar um filme fazendo um paralelo com o livro. Adaptações são sempre complicadas de serem analisadas.



Antes de assistir ao filme, li algumas críticas a respeito. Por incrível que pareça, muitas críticas negativas. A maioria critica o ritmo lento do filme ou então a falta de talento desse ou daquele ator.

Bom, sendo mais direto possível e sem enrolação, o filme é ótimo. Desculpem os radicais críticos de cinema ou intelectuais estudiosos de interpretação e bla bla bla.

Como adaptação, o filme seguiu a risca quase todos os principais pontos do livro, levou emoção nos momentos certos, foi coerente com a trama, mudou apenas pontos estratégicos comuns de qualquer adaptação de livro. Todos os principais personagens foram exatamente como eu imaginei enquanto eu lia o livro. Não tenho porque criticar a adaptação.

Deixando as comparações ao livro de lado, sim, o ritmo é lento, mas precisamos considerar que a história necessita desse tempo pra poder se desenrolar, pra poder explorar os personagens nas suas mais profundas angustias e seus anseios.

A história é tensa e angustiante. Nada mais realista para uma cidade da Alemanha Nazista que está prestes a entrar em guerra. A devoção a Hitler, as perseguições aos judeus. Preconceito, racismo e intolerância. Num cenário manchado de sangue, Liesel Meminger, a menina que roubava livros,  caminha seguido de perto da Morte, narradora irônica e debochada.

Mesmo como todo esse clima pesado, achei que o filme ficou até leve. Teve um humor sútil. Foi gostoso de assistir. A trama se desenrolou naturalmente e sem exageros.

Sobre as atuações, Sophie Nélisse fez o trivial interpretando  Liesel Meminger, a protagonista do filme. Não conheço a atriz, mas tem talento e um grande futuro pela frente. Sinceramente não me impressionou, mas também não fez feio.  Digo o mesmo para Emily Watson, Ben Schnetzer e Nico Liersch, que interpretaram respectivamente Rosa Hubermann, Max Vanderburg e Rudy Steiner. Os três também foram muito bem.
Porém, tenho que destacar a atuação de Geoffrey Rush como Hans Hubermann, o pai de Liesel. Interpretação simplesmente brilhante. Pena que não concorrerá a nenhum premio da academia, pois seria muito merecido.
Li algumas críticas em relação ao diretor Brian Percival, principalmente em função da sua pouca experiência, o que considero também injustas, tecnicamente o trabalho foi bom.

Infelizmente, o filme foi indicado apenas ao prêmio de melhor Trilha sonora. Quanto a esse prêmio não tenho muito o que opinar, não vi nada demais em relação a trilha sonora, por isso acho que não irá levar essa. Uma pena, pois eu colocaria facilmente entre os indicados ao melhor filme.

Por fim, o filme é muito bom. Cinematograficamente falando não é espetacular, mas é emocionante. A bela história compensa qualquer limitação técnica. Existem grandes chances de você acabar com lágrimas nos olhos no final. E se o filme é bom, o livro é excelente, se tiver a oportunidade, leia, recomendo, você irá se arrepiar.

Update: O filme não levou o Oscar de Melhor Canção Original ao qual foi indicado.

Rodrigo Sansão

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