Fala galerinha, tudo bem com vocês? Atendendo ao pedido de uma "leitora assídua" do C de Caneca, o filme dessa semana é a comédia dramática The Breakfast Club (Clube dos Cinco), filme de John Hughes, o mesmo diretor de Curtindo a Vida Adoidado e responsável pelos roteiros da sequência Esqueceram de Mim, Beethoven e 101 Dálmatas, vale a pena resgatar esse clima de Sessão da Tarde com esse clássico!
Cinco adolescentes problemáticos são retratos do modo de vida da superficial
e conturbada sociedade em que vivem durante um sábado de detenção em sua escola
e apesar das máscaras sociais distintas que vestem, eles acabam por descobrir
que possuem muito mais em comum do que imaginam.
A
patricinha (Molly Ringwald), o esportista (Emilio
Estevez), o nerd (Anthony Michael Hall), a psicótica (Ally Sheedy)
e o vândalo (Judd Nelson). Cinco jovens com personalidades
totalmente diferentes e aparentemente uma só coisa em comum: terem de passar o
sábado juntos na biblioteca de sua escola para refletirem e fazerem uma
dissertação de mil palavras sobre ‘como eles se veem’ como forma de punição,
imposta pelo diretor Richard Vernon (Paul Gleason), por seus recentes
maus comportamentos.
O
diretor John Hughes (do também clássico Curtindo a Vida Adoidado) alcançou
relativo sucesso nos anos 80 e 90 lançando a mão em direções de comédias com
certo conteúdo crítico. O filme, realizado em 1985, retrata exatamente a
sociedade americana referente ao período. Tudo está lá, desde os penteados
extravagantes, as roupas coloridas e até a aura de ingenuidade no ar. A grande
ironia é que as diferenças para a sociedade de hoje terminam por ai, já que as
problemáticas sociais como os relacionamentos familiares, diferenças de classe
e a educação dos jovens são assuntos que ainda hoje são discutidos e ainda não
foram solucionados de forma definitiva.
Juntos
os cinco representam grupos ideológicos diferentes, com um grande problema em
comum, todos possuem relacionamentos conturbados com seus pais, sendo que, os
jovens estão estereotipados de forma que, mesmo os progenitores quase não sendo
abordados na trama, é possível se ter a exata noção de seu comportamento e
personalidade, e como Bender (o vândalo), Claire (a patricinha), Andy (o
esportista), Brian (o nerd) e Allison (a psicótica) comentam em certo momento,
por mais que você se distancie, parece que algo conspira para que seu modus operandi se torne uma extensão de
seus progenitores.
Conforme
o tempo passa, os adolescentes vão ficando cada vez mais ligados, “liderados”
por Bender, que parece ter a necessidade de desafiar a autoridade de Vernon e
menosprezar os outros. Juntos eles acabam fazendo de tudo na tarde que passam
na escola, inclusive fumando maconha, conversando sobre sexo e sobre o que os
levou a parar na escola em pleno sábado. Os pontos altos da fita são justamente
esses diálogos sobre as barreiras dos jovens como por exemplo a virgindade e onde cada um
expõem os conflitos que cercam suas vidas com suas famílias, realizando uma
conexão incomum entre os tipos mais diferentes.
Os
destaques ficam por conta das cenas totalmente nostálgicas onde a trilha sonora
dita o ritmo da fita, como na “fuga” pelos corredores da escola dos cinco
alunos do diretor Vernon e ao fumarem maconha, onde tudo parece ser tirado de
um daqueles clipes caseiros filmados em VHS. O aprofundamento das personagens é
adequado e a que mais se destaca é Bender, que apesar de diminuir os outros
quatro, os fazem sair da inércia de uma forma pouco ortodoxa e da o pontapé
inicial para os questionamentos de quem são e porque são desse jeito e sobre
seus anseios e dúvidas. É impossível não se identificar com alguma das
personagens ou não reconhecer os mesmos tipos do filme no período que passamos
pela escola.
A
única ressalva fica por conta do desfecho previsível e a sensação de que muito
foi feito, mas nada resolvido, talvez seja exatamente essa sensação de saber o
estado em que se encontra, mas não ter ainda a capacidade de mudar que faz com
que o Clube dos Cinco seja um filme altamente recomendado para quem quer mergulhar
de cabeça nos anseios atemporais dos jovens através de uma comédia oitentista
bem contada, leve e com conteúdo.
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