Assassinato no Expresso Oriente (por Salemme)

(Murder on the Orient Express - 2017)

Depois de longo e tenebroso inverno estou de volta para falar de novo sobre minhas frustrações em assistir adaptações de livros para o cinema. Depois de uma surpresa excelente com o filme Extraordinário (texto em breve) me arrisquei em ver na telona antes que saísse de cartaz Assassinato no Expresso Oriente, uma das obras mais conhecidas da gênia da literatura do crime Agatha Christie, e aí infelizmente a surpresa não foi tão grata assim.

Num resumo bem básico da história: o famoso detetive belga Hercule Poirot está ansioso para tirar férias, mas se vê “obrigado” a pegar mais um caso e por isso precisa embarcar no expresso que sai aquela noite e que estranhamente está completamente lotado, incluindo uma cabine que nunca é usada por ninguém. Usando da amizade que tem com o diretor da companhia de trens, Poirot consegue uma cabine. Cercado de passageiros completamente diferentes um dos outros (seja por faixa etária, condições sociais ou quaisquer outras comparações) o detetive não consegue descansar nem durante a viagem: um dos passageiros aparece morto na própria cabine de manhã (e não, isso não é um spoiler), na sequencia de uma noite de nevasca que descarrilhou o comboio e os obriga a ficar no meio do nada, na neve, aguardando o resgate. Daí, Poirot entra em ação, colhendo depoimentos de todos os passageiros, juntando as peças de quebra cabeça a fim de encontrar quem, entre eles, cometeu o crime.

Vamos lá, para quem não leu a obra talvez o filme seja bem interessante, muito embora eu não consiga dizer se foi possível acompanhar o desdobramento das pistas que Hercule Poirot vai descobrindo, as cenas ficaram um tanto atropeladas e difíceis de acompanhar. Como era de se imaginar, muitas partes interessantíssimas do livro não foram passadas para a telona o que, na minha opinião, fez com que se perdesse bastante da história. Na literatura, o enredo acontece todo dentro do trem, dessa maneira consigo entender porque adaptaram algumas cenas para o exterior, com um pouco mais de ação e cenário diferente. Isso ajudou também para que o longa ganhasse pontos no quesito fotografia. 



Alguns detalhes foram inseridos na história que são fora do contexto do livro não acrescentaram nada de interessante (isso claro, na minha humilde opinião e que vocês devem levar em conta que eu sempre  espero adaptações perfeitas) e esse tempo poderia ser usado para detalhar melhor as pistas e como Poirot foi concluindo o caso.

A interpretação de Hercule Poirot foi feita brilhantemente por Kenneth Branagh, o detetive estava caracterizado exatamente como a descrição do livro, incluindo trejeitos, pra mim foi o que valeu  o filme.





Embora não tenha atendido minhas expectativas de leitora (e fã) de Agatha Christie, Assassinato no Expresso Oriente é um bom filme, valeu o ingresso e está recomendado!


Salemme
(@DaniSalemme)


Dani Salemme

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