A própria premissa do filme, em que agentes do FBI liderados por Ronald Fleury (Jamie Foxx), viajam até a Arábia Saudita para investigar um atentado descumprindo ordens e por meio de chantagens, já mostra a visão que o diretor Peter Berg (Battleship, Hancock) tem sobre a tensa região do Oriente Médio e qual a solução para a questão. Pois se a sequência final tenta estabelecer que o banho de sangue em si não é solução, somente gerando mais violência, a hora e meia anteriores a essa cena dizem o contrário.
"Esquecendo-se" de mostrar a gigantesca desigualdade social do país, onde príncipes vivem em situações nababescas enquanto parte considerável da população morre de fome, o que muitos especialistas apontam como uma das principais causas para o crescimento dos exércitos terroristas, Berg apresenta um quadro claramente pró-ocidental, chegando ao cúmulo de pôr um saudita desconfortável em explicar que a agente americana, de acordo com as tradições religiosas do país, não poderia comparecer ao jantar com um príncipe.
Além disso, o longa também falha em sua narrativa de thriller de ação, com uma câmera em constante movimento mesmo em diálogos, uma mise-en-scène confusa e com protagonistas inatingíveis, não importando quantos inimigos eles enfrentem.
Julio Chuman
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